sexta-feira, 29 de abril de 2011

O papel do Conselho Escolar na avaliação institucional da escola

São muitas as lutas enfrentas pelos Conselhos a fim de conseguir melhorias e avanços para a escola e como consequência melhorias na qualidade da educação a ser oferecida.
Participam, juntamente com a direção da escola, professores, funcionários e pais de alunos do processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, este podendo debater os objetivos assumidos, definindo prioridades, contribuindo para a organização do currículo escolar, analisando as ações a empreender e os meios a utilizar para o cumprimento das finalidades da escola, dentre muitas outras atribuições que devem ser realizadas coletivamente por seus membros, possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática.
O Conselho Escolar tem sua importância à medida que desenvolve ações de democratização nas escolas. Também é responsável pelo processo de avaliação institucional da escola. Por meio da participação da comunidade escolar são traçados os objetivos (o que se deseja alcançar) e análise da avaliação (o que já se alcançou), este acompanha a execução das funções administrativa, pedagógica, financeira e política da escola, trazendo sugestões e ajudando nas melhorias.                                                                                               
Deve-se levar em consideração não apenas as notas dos alunos na avaliação (avaliação da aprendizagem), mas o processo ao qual ocorreu a aprendizagem dos alunos (avaliação institucional), considerando também as condições da escola, a atuação docente, materiais escolares, entre outros fatores que fundamentam a avaliação institucional.                                                      
Os resultados das avaliações é responsabilidade de todo os envolvidos (membros da comunidade escolar), esses devem ser discutidos a fim de encontrar soluções e desenvolver ações para a melhoria da escola com base nos dados coletados pela avaliação.  

Como a instituição escolar vem realizando a avaliação da aprendizagem e da escola

O interesse pela avaliação aumentou a partir do ano de 1980 com a criação de mecanismos, planos sistemáticos, elaboração de indicadores para auxiliar na avaliação e implantação de exames. Esse interesse pela avaliação ampliou a motivação para mudanças não só educacionais como administrativas introduzindo o novo modelo de gestão democrática.                                                                                               
Porém, sabemos que não adianta tentar melhorar a qualidade do livro, promover ações avaliativas, oferecer qualificação aos docentes se os integrantes desse processo não tiverem responsabilidade e compromisso ou não perceberem o quanto a avaliação pode propiciar melhorias para a educação. Esse procedimento é necessário para a identificação dos problemas e pendências que precisam ser resolvidos e melhorados, seu processo de avanço constitui identidade e proporciona autonomia para a escola.              
Durante os anos de 1995 a 2002 foram ampliados os instrumentos de regulação da qualidade do ensino, favorecendo a avaliação. Alguns recursos normativos adentraram na educação a fim de que a avaliação fosse viabilizada pela gestão democrática.                        
A responsabilidade pela aprendizagem dos estudantes é de todos os membros da escola (gestores, professores, funcionários, pais), o processo de aprendizagem também depende de muitos fatores como condições físicas e da gestão democrática. O Conselho Escolar tem o papel fundamental de auxiliar a escola a cumprir com seu compromisso de oferecer educação de qualidade (com efetiva aprendizagem), identificar os aspectos a serem avaliados (mecanismos de acompanhamento do processo de ensino aprendizagem) e promover ações de gestão democrática (executar as medidas propostas).                                                                                                                                                        A avaliação da aprendizagem deve ser realizada separada da avaliação da escola, apesar de estarem relacionadas cada uma tem seu foco e ajuda a entender a outra. Ambas envolvem todos da escola e ajudam a monitorar a qualidade e igualdade de oportunidades oferecida aos estudantes e a identificar necessidades e problemas do cotidiano escolar.                                                                                                                                          
A avaliação ainda é realizada tendo como foco a mensuração de resultados obtidos pelos estudantes em avaliações, porém não podemos esquecer que existem outras dimensões de equivalente importância que também precisam ser avaliadas, tais como: o contexto social, o processo de gestão democrática, condições físicas, materiais e pedagógicas da escola e o desempenho dos educadores.                                                                    
Os indicadores de avaliação partem da avaliação da aprendizagem, pois é função social da escola promover o desenvolvimento integral dos estudantes, por isso mesmo que eles devem ser avaliados como estão na escola (atendimento e senso de conexão com a escola, satisfação material, autoestima, senso de responsabilidade, crescimento cívico e social, entre outros) e não apenas com notas e resultados.                                    
Também é importante pensar no instrumento de avaliação, a comunidade escolar deve estabelecer a melhor forma de realizar a avaliação e elaborar um cronograma, sem esquecer que a autoavaliação também compõe esse processo, depois da análise dos dados coletados deve-se propor ações visando melhorias.                                                            
A gestão democrática promove o processo de avaliação a partir do planejamento participativo que tem por foco o desempenho do aluno, mas não se restringe somente a ele. Os indicadores avaliados e seus resultados possuem o mesmo valor e a gestão democrática deve, de forma participativa, decidir quais medidas e ações precisam ser desenvolvidas.                                                                                                                                          
A avaliação institucional e da aprendizagem é parte do processo de gestão democrática das escolas que por sua vez oferece suporte para a promoção da autonomia e controle social à medida que se permite que a sociedade participe, conheça os resultados da avaliação acompanhe seu trabalho dentro da escola.                                               
Afinal, a sociedade só se responsabiliza pelas ações que contribui e com a participação e envolvimento da sociedade fica mais fácil conseguir realizar ações e melhorias. Assim podemos entender que a avaliação não se constitui em um processo de controle das ações desenvolvidas na escola, mas tem por intenção conhecer a realidade, desenvolver a autonomia das instituições por meio do controle social da escola contribuindo para a avaliação das políticas educacionais e controle da sociedade sobre a atuação do Estado.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Avaliação da aprendizagem e institucional

A avaliação é um meio essencial na busca pela qualidade da educação, esta deve ocorrer de forma sistematizada visando à organização escolar. A avaliação sistemática é a da aprendizagem, com foco no aluno, no entanto, os dados obtidos nessa avaliação nem sempre são referenciados ao contexto, ou seja, a todos da escola, sem buscar as principais causas e soluções para os problemas.                                                                                                                                             

Precisamos acabar com a visão de que a avaliação da aprendizagem visa testar ou selecionar os alunos, ela tem uma função bem mais importante, servir de orientação e estímulo para aprendizagem, por isso essas práticas avaliativas devem ocorrer de forma democrática e coletiva.                                    

É necessário avaliar a escola em sua totalidade e não somente o aluno. O Projeto da Escola é o ponto de partida e de chegada da avaliação, por meio dele são traçados os objetivos e orientações para o trabalho escolar. O principal objetivo da avaliação é conhecer a realidade, identificar os resultados alcançados, propor modificações, observando o que precisa ser melhorado baseado nas orientações do Projeto da Escola.     

Para atingir tais objetivos, essa avaliação deve ser: democrática (promover o processo de transformação da educação), abrangente (avaliar todos os componentes e setores da escola), participativa (facilitação do processo) e contínua (frequente). O processo de avaliação, assim como o processo de autoavaliação da escola, deve ser prioridade de uma gestão democrática, pois esses dados ajudam a redimensionar o trabalho da escola, também é muito importante não pensar em avaliação como algo ruim, mas como fator de fortalecimento e crescimento da escola.                                                                                                                                            











quarta-feira, 6 de abril de 2011

Reflexão da função social da escola, a partir do aprofundamento de alguns dos conceitos que a compõe (conhecimentos, atitudes, valores, solidariedade, crítica e ética)

O Brasil, apesar de ser considerado um país rico, sua economia vive em caos, pois a renda é mal distribuída, enfrentando muitas desigualdades sociais, o que tem causado muitas relações de domínio geradas pelo capitalismo.                                               

Os interesses sociais é uma luta constante que a população vem conseguindo por meio da democracia, porém esta tem que ser cada vez mais participativa para que ocorram mudanças significativas em nossa sociedade.

É do nosso conhecimento que função da escola é formar cidadãos conscientes (que possuam conhecimento sobre a realidade atual e histórica), reflexivos e participativos. Mas para que a escola consiga formar esses cidadãos ela precisa ser um ambiente que construa conhecimentos (esses tem que estar atrelados a realidade, contexto social do educando), atitudes (corretas, de acordo com a moral, buscando a resolução de problemas por meio do diálogo) e valores (éticos, que tornem o estudante um ser solidário, responsável, crítico, reflexivo, protagonista de sua historia de vida).

A necessidade de trabalhar com os alunos questões sobre atitudes, valores, solidariedade, crítica, ética e moral, nasce da visão e percepção dos fatos que acontecem em nossa sociedade. Os alunos têm desejo de aprender e a partir do momento em que percebem que faz sentido aprender para melhorar suas vidas fica ainda mais fácil fazer com que percebam que enquanto cidadãos a participação deles é fundamental para a transformação dessa realidade social excludente.     

A apropriação desses saberes são elementos importantes para o processo de democratização da sociedade. O exercício da democracia participativa, por meio da atuação de uma cidadania consciente e comprometida começa dentro da escola, este é o maior exemplo que a escola pode oferecer aos estudantes.

Devemos levar em consideração a contribuição que a escola democrática oferece para a realização de um trabalho escolar que promova o crescimento intelectual, afetivo, político e social dos estudantes, por meio de ações que possibilitam a construção da cidadania participativa com qualidade social, que é solidária aos interesses e as necessidades da maioria da sociedade.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Há várias dimensões do planejamento em educação, para uma maior integração, este planejamento deve ocorrer em diferentes níveis...

Planejamento no Âmbito dos Sistemas e Redes de Ensino:

A ação de planejar no campo dos sistemas e redes de ensino envolve o processo de tomada de decisões e ações que norteiam a política educacional. Por meio do planejamento o Estado realiza as intervenções na educação exercendo o controle e o cumprimento das funções que o Estado deseja para o seu bom funcionamento, isso ocorreu principalmente durante o regime militar.                            

Historicamente, o planejamento educacional foi burocratizado com a intenção de viabilizar o controle e a dominação (pelos interesses da classe dominante), visando adequar e contribuir para a economia capitalista que se instaurava, mesmo que as medidas estipuladas fossem para o atendimento da classe dominada.                                         

Apesar da administração escolar proposta pelo Estado ser burocrática ela não conseguiu se consolidar facilmente, pois as escolas reproduzem as contradições da sociedade a que serve. Existem três concepções de política educacional: A concepção ingênua (que firma como princípio que a educação tem autonomia suficiente para demarcar seus fins, cabendo ao Estado propiciar o atendimento); A concepção de caráter liberal (tem como ponto de partida os interesses coletivos para a definição e execução do planejamento); A concepção realista (as decisões são tomadas de acordo com os interesses da classe dominante).                                                                                                            

Para a concretização de um planejamento educacional ideal com princípios democráticos, realizado de forma articulada visando uma educação emancipatória seria necessário: a construção de uma direção política e pedagógica que trabalhe de forma transparente e coletiva, o diagnóstico e as prioridades devem ser decididas de forma participativa, levar em consideração aspectos da realidade e contexto ao qual estão inseridos, as definições dos objetivos devem estar vinculados as ações, buscar a construção da autonomia das escolas baseada no Projeto Político Pedagógico comprometido com a educação de qualidade.                                                                                         

A participação, enquanto princípio norteador desse planejamento, possui quatro dimensões: processo (a participação e construída por meio da realização de pequenas ações do cotidiano escolar), objetivo (busca efetivar a participação plena de todos os envolvidos no processo), meio (o método de participação é participar), práxis (a participação é um processo consciente que se constrói com a  prática).                                               

É importante que o gestor conheça o histórico do controle do planejamento e procure enfrentar a burocratização a fim de efetivar um planejamento mais participativo, levando em consideração o contexto social dos educandos.

Planejamento no Âmbito das Unidades Escolares:

O planejamento no âmbito da unidade escolar se caracteriza pela elaboração do Projeto Político Pedagógico, que deve procurar associar a teoria com a prática e suas definições devem ser decididas coletivamente pelos membros da escola, buscando superar a burocracia que possa haver na escola.                                                                                  

Na definição do PPP temos os seguintes momentos: definição de um marco referencial, diagnóstico, programação para as ações a serem concretizadas de forma crítica e reflexiva, com a função de democratizar o planejamento participativo.                          

O Estado propõe ações para produzir alterações no sistema educacional, essas podem ser utilizadas nos planejamento das unidades escolares de acordo com o contexto e possibilidade de realização, essas proposições oficiais são importantes para a produção de transformações no sistema educacional, embora muitas vezes sirvam apenas como ideologias.                                                                                                                                                      
A partir da análise do cotidiano escolar e do acompanhamento das ações desenvolvidas é possível conseguir um diagnóstico dos problemas que afetam a escola para perceber quais orientações são possíveis seguir e incorporar na escola, nesses momentos a escola possui uma autonomia que é ainda muito relativa.                                       

O PPP é um documento muito importante para a escola, ao gestor cabe sua elaboração de modo que todos os membros da comunidade escolar participem, é importante que esteja de acordo com o currículo da escola que deve propiciar aos alunos conteúdos que possam auxiliá-los em sua vida cotidiana, melhorando assim a qualidade da educação.                                                                         

Planejamento no Âmbito do Ensino:

Lopes (1992) indica alguns pressupostos para que o planejamento leve em consideração a dinâmica do conhecimento escolar e a articulação com a realidade histórica, dentre esses: produzir conhecimentos que tenham significado para a vida social do educando, promovendo reflexão, investigação, analisando, construindo o conhecimento com o aluno. Esses conteúdos devem ser escolhidos a partir da realidade e experiência de vida dos alunos, favorecendo sua aplicação na vida cotidiana                               

O planejamento deve ter suas ações articuladas ao PPP da escola, sendo um elemento integrador entre a escola e o contexto social, este deve levar em consideração: realidade da escola, o contexto de sua clientela, bem como os interesses e necessidades dos alunos.                                                                                                                                                   

Para a organização do trabalho didático envolve a definição dos objetivos, prevê os conteúdos que sirvam como instrumento de compreensão critica da realidade e propicie autonomia, selecionar procedimentos metodológicos considerando os níveis de aprendizagem e as áreas de conhecimento, estabelecer critérios e procedimentos de avaliação.                                                                                                                                                     

A avaliação deve ser realizada de forma processual, por meio dessas avaliações o professor deve se auto-avaliar, constituindo assim um instrumento de compreensão das dificuldades e busca para a melhoria da qualidade da educação.                                                   

Dessa forma, o planejamento no âmbito do ensino propõe a participação de todos os envolvidos, priorizando a unificação entre a teoria e a prática, partindo da realidade do aluno para buscar os objetivos propostos no PPP da escola, reconhecimento do docente e coerência no seu planejamento.                                                                                                    

Os gestores devem avaliar essa proposta de planejamento e tentar colocá-la em prática na escola, não se deixar abater pelas dificuldades, pois é neste momento que deve procurar se unir aos demais segmentos da escola e criar forças para elaborar um bom planejamento aliado ao Projeto Político Pedagógico que assim obterá sucesso em sua prática pedagógica.