sábado, 10 de setembro de 2011

Política e Gestão na Educação


O Estado tem passado por uma crise que gerou uma série de implicações nas políticas educacionais, pois antigamente o Estado tinha autonomia nas decisões devido à relação que estabelecia com as classes: dominante e dominada, e que vem sendo diminuída pela globalização e expansão do capitalismo.                         
A revolução industrial teve um importante papel na modernização, promovendo integração política, econômica, social e cultural constituindo uma nação. O Estado é o elemento mais antigo que refere - se à organização política com funções de regulação, coerção, controle social e que já não são mais necessárias para a consolidação do sistema capitalista, já a nação que era considerada apenas um conjunto dos cidadãos do Estado vem se fortalecendo.                  
Um Estado unificado tem sido representado cada vez mais pela expressão Estado – nação reforçando a ideia de uma organização com identidade nacional. Por isso, o papel da escola pública é tão importante para o Estado, tem por fundamento centralizar as identidades sociais fragilizadas massificando o ideário político e cultural.                                                                                                                       
Essa realidade ainda permanece em nossas escolas públicas, o discurso é de respeito às diversidades culturais, no entanto, as políticas públicas colaboram cada vez mais para a uniformidade cultural não preparando os alunos para serem críticos, mas para aceitarem a realidade em que vivem.                                                  
O papel do Estado – nação em sua relação com as políticas educacionais está diretamente afetado pela globalização e pelo capitalismo, o Estado está em crise e seu papel vem se redefinindo, até porque muitos Estados não são influenciados pelo capitalismo, mas os que são não podem ser considerados vítimas, essa é uma escolha pelas classes dominantes podendo gerar uma crise o que não é interessante, pois divulga as limitações da autonomia dos Estados e não é proveitoso divulgar as diferenças.                                                                                      
A necessidade de promover políticas educacionais que visem a igualdade das cidadanias são instrumentos do Estado para nivelar e unificar os sujeitos juridicamente, mas na realidade a intenção é ocultar as diferenças existentes revelando que a cidadania tem se constituído em um atributo político e não comprometido com a democracia e transformação social.                                                     
Com isso, percebemos que o capitalismo se infiltra na educação por meio do Estado transmitindo aos estudantes das escolas públicas  conhecimentos para a formação de uma cultura hegemônica fazendo com que o interesse de todos seja o interesse da classe dominante.                                                                                                     
Essa realidade é muito triste, mas percebemos isso em nossa vivencia quando observamos que cada vez mais as escolas públicas se diferenciam das escolas particulares, há falta de incentivos e embora lutemos para realizar mudanças o que tem acontecido é realmente a unificação dos interesses da classe dominante visto a massificação dos indivíduos.                                                                  
O processo de cidadania têm se tornado cada vez mais restrito, pois embora tenha se conferido tais direitos esses para serem aplicados são seletivos, ou seja, reforça o fato do conceito de cidadania ter surgido conjuntamente com o capitalismo, sendo apenas mais um instrumento de prática político-ideológica para a dominação dos interesses da classe dominante, embora ao mesmo tempo seja uma categoria responsável por lutas pelos direitos sociais.                                                                                 
Contudo, percebemos que as políticas podem ser ambivalentes e contraditórias. O Estado tem apoiado os mais ricos e ao mesmo tempo salvado os mais pobres, assim conquista todos os seus interesses aparentemente sem fazer distinção entre as classes sociais.                                                                                            
A globalização por não ser um fenômeno único possui aspectos positivos e negativos, visto que ao mesmo tempo em que unifica os Estados pode criar mais diferenças para os que não a aderem. As organizações e instâncias de regulação supranacional determinam as ações dos Estados nas perspectivas política - administrativa causando controle social, por meio da mediação e definição das prioridades nos países que financiam.                                                                                     
O papel do Estado mudou, este deixou de ser produtor de bens e serviços para ser regulador do processo de mercado, com isso vem perdendo sua autonomia e deixando de lado sua função de bem-estar social. Na educação superior tem assumido um papel avaliador e intervencionista, já que a avaliação é um meio de controle da educação, mas essa realidade ainda não se aplica as escolas de ensino básico.                                                                                                                                           
A educação tem se tornado instrumento de controle social e não é isso que desejamos, por isso precisamos estar conscientes da realidade das políticas educacionais para encontrar soluções       para que o Estado assuma sua autonomia e tenha interesse em preservar suas instituições construindo uma nação diferente.